01 fevereiro 2011

Corpos Molhados

Nunca me irei esquecer. A primeira vez que vi a Raquel foi na Linha 3 da Gare do Oriente, sentada no chão e com um ar triste. Estava um dia frio de Fevereiro e tempo ameaçava chuva.

Tentando meter conversa com ela, fiz-me de ignorante e perguntei se ela sabia qual o comboio que ia para Sete Rios.

Ela esboçou um simples sorriso, e disse que eu estava no sítio certo. Sentei-me ao seu lado e começamos a conversar. Disse algumas parvoíces e coisas sem sentido, e o rosto dela modificou-se, perdeu aquele ar sisudo e começou a esboçar alguns sorrisos. Como estava a gostar da companhia daquela rapariga, e estava a gostar de conversar com ela, “atirei o barro à parede” e convidei-a a ir ao Colombo. Ela deu uma forte gargalhada mas respondeu: Porque não?

Passeamos, conversamos, divertimo-nos. Estava a ser tão agradável, que não nos apercebemos do avançar da hora. Eu fiz questão de a acompanhar até ao comboio, pois já era de noite, e fomos a pé até à estação de Benfica. Que má decisão, era longe e a meio do caminho começou a chover.

Nós não tínhamos nada para nos proteger, e estávamos a atravessar uma zona isolada, onde não passava ninguém, e não existia nenhum sítio para nos abrigar....
 
Toda a história em